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La vie en rose

Acordar de manhã cedo ainda com o frio do orvalho. Apanhar laranjas do jardim, para fazer sumo fresco, e ir depenicando um ou outro gomo, enquanto ouço a água que corre por todo o lado, sem conseguir muito bem distinguir de onde vem. Cheira a limão, a salsa e a hortelã. Ao fundo, parece que ouvimos uma rã. Adoro os sons do campo, da natureza. Adoro acordar em beleza! Os meus filhos estão a aprender comigo:
– Hummmm cheira a ervilhas, Mãe!
– A ervilhas, Titão? Não será a alho francês?
– Pronto, cheira a horta da Avó I, Mãe, e eu adoroooooo!
A horta da Avó I é uma verdadeira delícia. Mesmo que não seja tratada todos os dias, a terra parece que é milagrosa, pois tudo se multiplica e cresce a olhos vistos! Sempre que lá vamos, gostamos de espreitar as novidades. Cenouras, feijão verde, couve, alho francês…é tudo à vontade do freguês. Uma vez também já lá vi uma cobra digna de um documentário da National Geographic, mas isso agora não interessa nada! Pomos as minhas galochas à prova de todo-o-tipo-de-bichos e lá vamos nós, à colheita! Adoro mexer em terra. Não me importo nada de ficar com as unhas pretas (só por cinco minutos), nem de mexericar à vontade no meio das leguminosas. Herdei essa veia da minha Avó N., que quase com 80 anos ainda apanha cobras nos galinheiros e resolve o problema sem um único grito (eu não sou assim tãoooooo corajosa, mas hei-de lá chegar!)
Já disse aqui que não me importava nada de acabar (e continuar) os meus dias no campo, rodeada da minha família, de ar puro, e dos meus livros e rascunhos. Parece cliché, eu sei, mas eu ainda sonho com os romances da Jane Austen, e do quanto eu gostaria de ter vivido um deles. Por isso, nestes fins-de-semana, gostamos de fingir que vivemos no e do campo, e adoptar um tipo de vida 100% biológico, ainda que só por um ou dois dias.
A nossa colheita foi maravilhosa, e esta semana estamos a deliciarmo-nos com tudo o que trouxemos. Sumo de laranja natural, sopas com legumes mais que frescos, limonada fenomenal, e muito, muito mais. Adoro as cores, as receitas, os cheiros e os sabores do campo. Por mim, ia todos os fins-de-semana, tipo amor e uma cabana, ver a água a correr e o ar puro que se respira sem se saber. Uma inspiração para ler e escrever. Um sonho que não vou deixar morrer.
Assim foi um nosso domingo de Março, num campo nortenho qualquer, que apetece comer à colher:

Quem gostar de vida saudável ponha o dedo no ar! Porque muitas vezes temos mesmo de admitir que vivemos la vie en rose.

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La vie en rose

Acordar de manhã cedo ainda com o frio do orvalho. Apanhar laranjas do jardim, para fazer sumo fresco, e ir depenicando um ou outro gomo, enquanto ouço a água que corre por todo o lado, sem conseguir muito bem distinguir de onde vem. Cheira a limão, a salsa e a hortelã. Ao fundo, parece que ouvimos uma rã. Adoro os sons do campo, da natureza. Adoro acordar em beleza! Os meus filhos estão a aprender comigo:
– Hummmm cheira a ervilhas, Mãe!
– A ervilhas, Titão? Não será a alho francês?
– Pronto, cheira a horta da Avó I, Mãe, e eu adoroooooo!
A horta da Avó I é uma verdadeira delícia. Mesmo que não seja tratada todos os dias, a terra parece que é milagrosa, pois tudo se multiplica e cresce a olhos vistos! Sempre que lá vamos, gostamos de espreitar as novidades. Cenouras, feijão verde, couve, alho francês…é tudo à vontade do freguês. Uma vez também já lá vi uma cobra digna de um documentário da National Geographic, mas isso agora não interessa nada! Pomos as minhas galochas à prova de todo-o-tipo-de-bichos e lá vamos nós, à colheita! Adoro mexer em terra. Não me importo nada de ficar com as unhas pretas (só por cinco minutos), nem de mexericar à vontade no meio das leguminosas. Herdei essa veia da minha Avó N., que quase com 80 anos ainda apanha cobras nos galinheiros e resolve o problema sem um único grito (eu não sou assim tãoooooo corajosa, mas hei-de lá chegar!)
Já disse aqui que não me importava nada de acabar (e continuar) os meus dias no campo, rodeada da minha família, de ar puro, e dos meus livros e rascunhos. Parece cliché, eu sei, mas eu ainda sonho com os romances da Jane Austen, e do quanto eu gostaria de ter vivido um deles. Por isso, nestes fins-de-semana, gostamos de fingir que vivemos no e do campo, e adoptar um tipo de vida 100% biológico, ainda que só por um ou dois dias.
A nossa colheita foi maravilhosa, e esta semana estamos a deliciarmo-nos com tudo o que trouxemos. Sumo de laranja natural, sopas com legumes mais que frescos, limonada fenomenal, e muito, muito mais. Adoro as cores, as receitas, os cheiros e os sabores do campo. Por mim, ia todos os fins-de-semana, tipo amor e uma cabana, ver a água a correr e o ar puro que se respira sem se saber. Uma inspiração para ler e escrever. Um sonho que não vou deixar morrer.
Assim foi um nosso domingo de Março, num campo nortenho qualquer, que apetece comer à colher:

Quem gostar de vida saudável ponha o dedo no ar! Porque muitas vezes temos mesmo de admitir que vivemos la vie en rose.

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