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Murro no estômago

Há imagens que nos ficam cravadas na memória e no coração. Para sempre. E ontem tive a maior lição de vida. De sempre. Quando me pediram para distribuir presentes pelos meninos internados no IPO do Porto, nem hesitei. Só não sabia é que iria ser tão duro. Uma pessoa ouve falar. Sabe de histórias. Vê as notícias. Chora nos filmes. Mas coisa diferente é assistir, diante dos nossos próprios olhos – e com o coração a chorar – a vidas que nos mudam para sempre a maneira de encarar os problemas. E eu, no alto dos meus 35 anos, que às vezes me queixo das coisas mundanas da vida, vim de lá uma pessoa totalmente diferente.

O certo é que, a partir de ontem: se os meus filhos não arrumarem os brinquedos à noite. Se não se sentarem direitos à mesa. Se quiserem ficar mais tempo a brincar no banho. Se quiserem ir para a cama um bocadinho mais tarde. Se me pedirem para jogar à macaca. Ao bingo. Ao jogo do galo. Ao dominó. Ao burro. Whatever. Eu vou parar com tudo o que estiver a fazer, e vou sentar-me à mesa com eles. Vou ajoelhar-me para ficar à altura dos meus eus pequeninos. Vou cair no meio do chão. Rir até não mais poder. Vou fazer (ainda) mais palhaçadas. Mais campeonatos. Mais macacadas. Só para não perder este tesouro que tenho, e que é o maior de todos: tempo de qualidade com os meus filhos, A sorte. A saúde. Uma casa. Um frigorífico recheado. Uma família sempre lá. Uns amigos sempre por cá.

Ontem assisti ao brilhozinho nos olhos de 3 miúdas que estão a passar pelo maior desafio das suas vidas. Um simples embrulho fez-lhes o dia, e roubou-lhes a tristeza que assombra as horas que passam entre aquelas 4 paredes. Foi como se um boom invadisse o meu coração. Uma bomba de sentimentos rebentou-me a alma. Levou-me a ingenuidade de um mundo perfeito. Dei de caras com a injustiça deste mundo. Vi de perto famílias inteiras despedaçadas. Ainda assim, cheias de força, de esperança e de alento em dias melhores que virão. Ai isso é que virão. Disse-lhes eu. Cheia de certezas que, no fim de contas, é o Bem que nos enche a vida. 

Estes miúdos são o exemplo de vida mais genuíno, verdadeiro e transparente que alguém consegue ser. Só têm 5, 7, alguns 12 anos. Mas já sabem encarar as dificuldades da vida com uma garra e um sorriso contagiantes. Tudo vai mal. Mas no fim, podemos crer –  podemos todos crer –  que tudo irá acabar em BEM.

Quem quiser ajudar a tornar o Natal destes miúdos um pouco mais feliz, escrevam-me para aqui. O que eu posso garantir é que todos os presentes serão entregues em mão, pela minha pessoa, com a promessa que o coração destas famílias ficará um bocadinho menos apertados nesse dia. Acreditem, não é cliché: um pequeno gesto na vida destes miúdos pode fazer toda a diferença. 

[Obrigada Marisa Barroca, por me teres incentivado a este projecto de altruísmo e generosidade.

Talvez o mais duro da minha vida.]

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Murro no estômago

Há imagens que nos ficam cravadas na memória e no coração. Para sempre. E ontem tive a maior lição de vida. De sempre. Quando me pediram para distribuir presentes pelos meninos internados no IPO do Porto, nem hesitei. Só não sabia é que iria ser tão duro. Uma pessoa ouve falar. Sabe de histórias. Vê as notícias. Chora nos filmes. Mas coisa diferente é assistir, diante dos nossos próprios olhos – e com o coração a chorar – a vidas que nos mudam para sempre a maneira de encarar os problemas. E eu, no alto dos meus 35 anos, que às vezes me queixo das coisas mundanas da vida, vim de lá uma pessoa totalmente diferente.

O certo é que, a partir de ontem: se os meus filhos não arrumarem os brinquedos à noite. Se não se sentarem direitos à mesa. Se quiserem ficar mais tempo a brincar no banho. Se quiserem ir para a cama um bocadinho mais tarde. Se me pedirem para jogar à macaca. Ao bingo. Ao jogo do galo. Ao dominó. Ao burro. Whatever. Eu vou parar com tudo o que estiver a fazer, e vou sentar-me à mesa com eles. Vou ajoelhar-me para ficar à altura dos meus eus pequeninos. Vou cair no meio do chão. Rir até não mais poder. Vou fazer (ainda) mais palhaçadas. Mais campeonatos. Mais macacadas. Só para não perder este tesouro que tenho, e que é o maior de todos: tempo de qualidade com os meus filhos, A sorte. A saúde. Uma casa. Um frigorífico recheado. Uma família sempre lá. Uns amigos sempre por cá.

Ontem assisti ao brilhozinho nos olhos de 3 miúdas que estão a passar pelo maior desafio das suas vidas. Um simples embrulho fez-lhes o dia, e roubou-lhes a tristeza que assombra as horas que passam entre aquelas 4 paredes. Foi como se um boom invadisse o meu coração. Uma bomba de sentimentos rebentou-me a alma. Levou-me a ingenuidade de um mundo perfeito. Dei de caras com a injustiça deste mundo. Vi de perto famílias inteiras despedaçadas. Ainda assim, cheias de força, de esperança e de alento em dias melhores que virão. Ai isso é que virão. Disse-lhes eu. Cheia de certezas que, no fim de contas, é o Bem que nos enche a vida. 

Estes miúdos são o exemplo de vida mais genuíno, verdadeiro e transparente que alguém consegue ser. Só têm 5, 7, alguns 12 anos. Mas já sabem encarar as dificuldades da vida com uma garra e um sorriso contagiantes. Tudo vai mal. Mas no fim, podemos crer –  podemos todos crer –  que tudo irá acabar em BEM.

Quem quiser ajudar a tornar o Natal destes miúdos um pouco mais feliz, escrevam-me para aqui. O que eu posso garantir é que todos os presentes serão entregues em mão, pela minha pessoa, com a promessa que o coração destas famílias ficará um bocadinho menos apertados nesse dia. Acreditem, não é cliché: um pequeno gesto na vida destes miúdos pode fazer toda a diferença. 

[Obrigada Marisa Barroca, por me teres incentivado a este projecto de altruísmo e generosidade.

Talvez o mais duro da minha vida.]

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