Estava tanto, mas tanto a precisar de uma pausa a dois, que se não fizesse 10 anos de casada, inventava outra desculpa para arejar! Miúdos em férias dão cabo de nós, socorro! Adoro-os tanto, mas conseguem virar o nosso mundo de cabeça ao contrário em menos de um segundo (e a nossa cabeça também).
Por isso, perdoem-me dizer isto, mas desta vez nem me custou assim tanto deixá-los. Porque sabia que ficaram bem entregues. Porque sabia que eram só 3 dias. Porque sabia que nos ia saber – a todos – pela vida. E, acreditem, foram 3 dias que valeram por 1000. As saudades boas eram tantas, que mal chegámos não mais nos largámos!
Agora vou-vos contar um segredo: um pequeno paraíso perdido no meio do oceano. Ainda assim, aqui tão perto. E português. Sim! De Portugal, um país único que cada vez mais me orgulha. A ilha Terceira arrebatou-nos à primeira!
Pelas suas piscinas naturais, pelos prados verdejantes, pelas paisagens marcantes, pelos comes divinais. Pelos trilhos da natureza, pelo mar em tons esmeralda, pelas pedras quentes, por todo aquele imenso verde que nos apaixona com destreza. E depois as pessoas. As pessoas genuínas. Humildes. Felizes. Transparentes. Aprendizes. A cidade de Angra que nos apaixonou e tanta saudade já nos deixou. Com todas aquelas igrejas e santuários cheios de cores, com as ruas e praças carregadas de flores, com todos aqueles bares e restaurantes a inundar o ar de sabores. E eu, que nada sou de doces, devorei todos os D. Amélia que encontrei, numa viagem ao oriente das especiarias, mesmo no céu da boca. Não resisti a tamanhas iguarias.
Percorremos quilómetros imensos de natureza no seu estado mais bruto, no meio de árvores milenares, de caminhos de pedras vulcânicas, de musgo e mais musgo, de muros naturais feitos pelo tempo, de caminhos rodeados de hidranjas e que iam desembocar em lagoas perdidas no meio do nada. Parecia tudo tão mágico que às vezes sentia que estava retida no meio de uma emboscada. Numa emboscada de sonho, de paraíso, de céu. E tudo aquilo ali bem perto, tão meu.
Fomos recebidos como verdadeiros príncipes e princesas no reino do Além. Como se estivéssemos em plena lua-de-mel, como mais ninguém. As coisas simples da vida são as que mais nos apaixonam. E uma simples taça de morangos biológicos com um pão doce que só nos Açores se faz, pareceu-nos o melhor manjar dos Deuses. Um delírio. Uma paz.
E depois a casa. A casa verde que nos acolheu. A casa do maravilhoso Pico da Vigia. Mesmo em frente a um oceano profundo, misterioso. Assustador, mas harmonioso. Não há como ficar incólume a esta benção da natureza. É obrigatório parar. Ficar em silêncio, Ouvir os sons que nos rodeiam. E agradecer, devagar. Acordamos com o som dos passarinhos. Com o som, não. Com o barulho maravilhosamente ensurdecedor. De tal maneira que pensávamos ter adormecido com a porta aberta. Esta comunhão intensa com a Natureza é a chave certa. Para a felicidade. O bem-estar. A tranquilidade. O sossegar.
Como em todos os sítios por onde passámos, por lá um pouco de nós deixámos. Como se fosse uma semente, ansiosa por brotar. Daqui a uns tempos vamos voltar. Para a planta que de lá nascer aos nossos filhos mostrar.
Até já, ilha Terceira, que nos arrebataste logo à primeira!
[Como sempre, estou disponível para vos esclarecer todas as vossas dúvidas e para vos dar as dicas que precisam para até à Terceira também poderem voar!]