Geral

17.10.17

Impossível ficar indiferente à tragédia que assolou o nosso país. Impossível. Na verdade, podia ser qualquer um de nós. É verdade, também, que todos os dias são cometidas as maiores atrocidades por este mundo fora. E nós continuamos a viver na nossa redoma. Não digo por egoísmo. A vida é mesmo assim. Choramos pelos outros. Rezamos para que nada nos aconteça. Mas as manhãs continuam a amanhecer. As noites teimam em anoitecer. E nós temos de continuar a viver. Mas desta vez doeu. Em sentimentos de revolta, angústia e impotência remexeu. Será que nada podemos fazer? Será mesmo? Podemos sempre mudar o mundo à nossa maneira.

Hoje faz um ano que viemos viver para a casa nova. A casa dos nossos sonhos. Planeada por dois anos. Imaginada por outros tantos. Ainda não está como queria. Mas assim é a magia. (Re)construir, todos os dias, mais um pedaço de céu. A nossa casa. O nosso ninho. O nosso porto seguro. Quando lá fora cai a maior tempestade, cá dentro temos calmaria e bondade. Também fazemos barulho, é certo. Do bom. Do mau. Do assim assim. Somos uma família. E a ela dou o melhor de mim. E hoje queria escrever sobre a alegria. A virtude. A soberania (do amor). A plenitude. Mas estes últimos dias mexeram com o meu sossego. Por isso, se algum dia me acontecer alguma coisa má, só gostaria que os meus filhos soubessem que levo cada bocadinho deles no meu coração. Não sou perfeita. Por vezes grito e não quero. Outras tantas choro de cansaço, quase de desespero. Mas amo a minha família acima de tudo. De todos. E por isso hoje vou dar graças por tudo o que tenho e não tenho. Isso mesmo. Vou dar graças por esta casa que todos os dias ganha mais amor, mais luz, mais cor. Uma janela envidraçada. Uma cozinha aberta. Uma horta pequenina. É felicidade certa. Uma vela acesa. Um ramo de flores silvestres. Um cesto de fruta da quinta. É preciso tão pouco para encher uma casa. Vou dar graças pela vida, pela saúde e pela sorte da minha Família. Vou dar graças pela falta de ódio, de doenças, de tristezas, de pouca sorte. Vou dar graças pela Família que tenho. Pela que me calhou. Pela que fiz. Pela que construí. Pela que me marcou. Hoje, mais do que nunca, é dia de lamento. Mas também é dia de dar graças. E de zelar pelos nossos. Pelos nossos tudo. Pelos nossos mais-que-tudo. Porque o amanhã nunca é certo. Mas o Amor, esse bendito, anda sempre por perto.

[Às vezes posso tornar-me repetitiva, mas acreditem que este exercício de dar graças limpa a alma. Rega-nos o coração. E arrebata a nossa vida. Enche-a de paixão].

[E estas fotografias da Brígida Brito dizem tudo, dizem tanto]

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17.10.17

Impossível ficar indiferente à tragédia que assolou o nosso país. Impossível. Na verdade, podia ser qualquer um de nós. É verdade, também, que todos os dias são cometidas as maiores atrocidades por este mundo fora. E nós continuamos a viver na nossa redoma. Não digo por egoísmo. A vida é mesmo assim. Choramos pelos outros. Rezamos para que nada nos aconteça. Mas as manhãs continuam a amanhecer. As noites teimam em anoitecer. E nós temos de continuar a viver. Mas desta vez doeu. Em sentimentos de revolta, angústia e impotência remexeu. Será que nada podemos fazer? Será mesmo? Podemos sempre mudar o mundo à nossa maneira.

Hoje faz um ano que viemos viver para a casa nova. A casa dos nossos sonhos. Planeada por dois anos. Imaginada por outros tantos. Ainda não está como queria. Mas assim é a magia. (Re)construir, todos os dias, mais um pedaço de céu. A nossa casa. O nosso ninho. O nosso porto seguro. Quando lá fora cai a maior tempestade, cá dentro temos calmaria e bondade. Também fazemos barulho, é certo. Do bom. Do mau. Do assim assim. Somos uma família. E a ela dou o melhor de mim. E hoje queria escrever sobre a alegria. A virtude. A soberania (do amor). A plenitude. Mas estes últimos dias mexeram com o meu sossego. Por isso, se algum dia me acontecer alguma coisa má, só gostaria que os meus filhos soubessem que levo cada bocadinho deles no meu coração. Não sou perfeita. Por vezes grito e não quero. Outras tantas choro de cansaço, quase de desespero. Mas amo a minha família acima de tudo. De todos. E por isso hoje vou dar graças por tudo o que tenho e não tenho. Isso mesmo. Vou dar graças por esta casa que todos os dias ganha mais amor, mais luz, mais cor. Uma janela envidraçada. Uma cozinha aberta. Uma horta pequenina. É felicidade certa. Uma vela acesa. Um ramo de flores silvestres. Um cesto de fruta da quinta. É preciso tão pouco para encher uma casa. Vou dar graças pela vida, pela saúde e pela sorte da minha Família. Vou dar graças pela falta de ódio, de doenças, de tristezas, de pouca sorte. Vou dar graças pela Família que tenho. Pela que me calhou. Pela que fiz. Pela que construí. Pela que me marcou. Hoje, mais do que nunca, é dia de lamento. Mas também é dia de dar graças. E de zelar pelos nossos. Pelos nossos tudo. Pelos nossos mais-que-tudo. Porque o amanhã nunca é certo. Mas o Amor, esse bendito, anda sempre por perto.

[Às vezes posso tornar-me repetitiva, mas acreditem que este exercício de dar graças limpa a alma. Rega-nos o coração. E arrebata a nossa vida. Enche-a de paixão].

[E estas fotografias da Brígida Brito dizem tudo, dizem tanto]

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