O mês de dezembro é um mês mágico. E cá em casa, ainda é mais especial. O Natal, os meus anos, a entrada num novo ano. A família. Os amigos. Os jantares. A luz. As noites inteiras de conversa. As histórias dos avós. As lembranças de infância. Um simples anúncio de TV num sábado de manhã traz-me uma enorme nostalgia de uma época feliz. Espero que os meus filhos também levem com eles memórias de uma época de Natal cheia de coisas boas. Coisas que os fazem felizes. Coisas que os fazem crescer a sentir um aconchego da alma e um conforto do coração. A sentir o Amor que os rodeia. A sentir o verdadeiro espírito de Natal.
O meu menino Jesus não nasceu no dia de Natal, mas isso não interessa nada. A sua generosidade do tamanho do mundo emociona qualquer um. Gosta de ajudar. Ponto. É genuíno. Sai-lhe das veias. É tão altruísta que muitas vezes fica para segundo lugar. O seu perfeccionismo por vezes torna-o uma pessoa insatisfeita. Sedenta de plenitude. Não lida muito bem com a frustração. Talvez por isso seja tão justo. Porque vê justiça e igualdade em tudo o que o rodeia. E depois, com o seu espírito de engenhocas, a sua veia artística, e a sua sensibilidade de escritor, constrói hospitais de cartão, pistas de comboio de madeira, e máquinas de café de Lego (porque conhece o vício da Mãe). É claro que também consegue ser injusto com os irmãos, mas quando se apercebe, é logo o primeiro a pedir desculpa. De lágrima fácil. Temperamento apressado. Mas de alma segura. Com uma bondade difícil de encontrar. Daquela que perdura.
Acredita no Pai Natal. Na fada dos dentes. E na magia de ser criança. Se nalgumas coisas é precoce, nestas, graças a Deus, continua com as perguntas geniais. Numa cabeça que me pergunta se o Pai Natal tem email para lhe pedir uma coisa que se esqueceu de escrever na carta. Num coração que não questiona como é que o trenó voa à velocidade-luz. E que faz sempre questão de deixar um copo de leite e quatro bolachas. Porque as renas também devem estar cheias de fome e de frio, lá fora.
Pede sempre para dar uma moeda a um sem-abrigo que já considera seu amigo e que está no semáforo de sempre, à hora de sempre, e sempre com uma palavra reconfortante. Tenhamos moeda para lhe dar, ou não. A resposta é sempre a mesma. Amável. Esperançosa. E isso toca-nos. Toca-nos profundamente. Ao Sebastião. A mim. E embora o Manel e o Zé Maria ainda sejam pequenos para compreender o verdadeiro espírito de Natal, têm a sorte de poder contar com o coração gigante do mano mais velho, que lhes explica que nem todos os meninos têm presentes. E que alguns até nem têm casa. Ou tecto. Ou leite. Ou pão. Assim ensina o nosso querido Sebastião.
Agora é a vez do Sebastião vos fazer um apelo. Porque quer ajudar a Mãe a ajudar. E porque há meninos internados no Hospital de S. João que também escreveram ao Pai Natal. Ao menino Jesus. Com esperança e luz. Para que consigam ter um Natal com Amor, e com menos dor.
Assim pediram estes meninos d´ouro, e suas famílias corajosas:
Filipa, 8 anos: roupa e brinquedos;
Paula, 9 anos: roupa e brinquedos;
Carolina, 17 anos: roupa e livros (adora ler!)
Matilde, 13 anos: roupa (veste 14/15 anos
);
Renato, 4 anos: roupa e um quadro para escrever;
Cristiano, 13 anos: roupa;
Mariana, 8 anos: gosta de brinquedos de rapaz (como está há 2 meses internada e presa à cama, queríamos conseguir dar-lhe um DVD portátil).;
Teresa, 17 anos: roupa
;
Joana, 7 anos: roupa (veste 8/9 anos
);
Joana, 5 anos: brinquedos e roupa
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Luis, 3 anos: roupa e carros
;
Soraia, 6 anos: roupa e brinquedos;
Sérgio, 17 anos: roupa
;
Maria, 14 anos: roupa
;
Sérgio, 16 anos: roupa
;
Francisco Dinis, 2 anos: roupa
;
Irma, 8 anos: roupa e brinquedo
s;
Tahir, 5 anos: roupa e brinquedos;
Todos estes donativos serão directamente entregues durante a próxima semana por esta Mãe (do Sebastião) aos meninos internados no Hospital de S. João. Quem puder ajudar, podem deixar tudo nos nossos Maisenas (ou na Rua Marechal Saldanha, n.º 615, ou na Rua Augusto Rosa, n.º 39). Vamos tornar este Natal (ainda) mais especial?