Geral

Quando nada é garantido…

Quando achamos que estamos a ter um dia mau, ou porque apanhamos uma multa, ou porque saímos de casa sem guarda-chuva, ou porque alguém nos faltou ao respeito. Quando achamos que estamos fartos de apanhar trânsito, de ter de acordar cedo demais, de lidar com as birras dos nossos filhos depois de um longo dia. Quando achamos que nada mais nos pode acontecer…eis que devemos ficar calados e continuar a agradecer.

Se neste fim-de-semana nos queixámos porque ficamos com os planos de Carnaval estragados, bastou um pequeno grande susto e uma ida do Manel ao hospital, com uma noite inteira a soro, análises ao sangue e a tudo o mais, para termos saudades da gritaria lá de casa, da azáfama da manhã e das noites inteiras de ronha, a 5.

O barulho ensurdecedor de uma noite de hospital acaba com os queixumes do dia-a-dia, fazendo-nos sentir quase ridículos por acharmos, de vez em quando, que não temos uma vida perfeita. Naquela noite que passei em branco, a olhar para o meu querido filho, indefeso, tão frágil, senti-me a pessoa mais impotente deste mundo. Como se nenhum beijinho ou xi-coração meu pudesse ser capaz de lhe retirar toda a dor e mal-estar. Graças a Deus que não passou de um susto, e logo, logo, pude retirar aquela “camisola desconfortável” que vesti no momento em que me disseram que o meu filho tinha que ficar internado. Foi como se aquela “camisola” me apertasse o pescoço, e me retirasse a respiração. E o meu coração, bem apertadinho, lá sobreviveu, devagarinho, a umas horas de aflição. 

De repente, nunca quis tanto voltar a dormir a 3, a 4 ou a 5, bem agarradinhos, quase a cair da cama, whatever, o que interessa é estarmos sempre juntos, debaixo do mesmo tecto, com amor, com saúde, com muito mimo. Para quê dizermos ao nossos filhos que não nos podem assaltar a cama a meio da noite, quando sabemos que, mesmo apertados, temos a melhor coisa do mundo a nós colados? Uma mão pequenina, um suspiro delicioso, há alguma coisa que nos deixe mais orgulhosos?

E naquela cadeira do hospital, sonhei com as noites quentes de verão, com o nosso sofá, ao som de boa música, de uma manta e de um chá. Sonhei com as gargalhadas dos meus filhos, com o corre-corre dos dias bons. Sonhei com a luz mágica das manhãs, que enche a nossa casa e nos torna seus fãs. Sonhei com os jantares barulhentos, as noites passadas ao relento, e os até com os fins-de-tarde caóticos, quando parece que tudo corre mal. Mas lá está, não podemos cair na infelicidade do banal, quando tudo corre tão bem, que nem nos apercebemos do amor, da sorte e da magia que vivemos. E é aqui, repito, que agradecemos!

Este post é dedicado ao meu querido filho Manel, que para além de ser o nosso pote de mel se mostrou um valentão, um super-herói, um campeão!

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Quando achamos que estamos a ter um dia mau, ou porque apanhamos uma multa, ou porque saímos de casa sem guarda-chuva, ou porque alguém nos faltou ao respeito. Quando achamos que estamos fartos de apanhar trânsito, de ter de acordar cedo demais, de lidar com as birras dos nossos filhos depois de um longo dia. Quando achamos que nada mais nos pode acontecer…eis que devemos ficar calados e continuar a agradecer.

Se neste fim-de-semana nos queixámos porque ficamos com os planos de Carnaval estragados, bastou um pequeno grande susto e uma ida do Manel ao hospital, com uma noite inteira a soro, análises ao sangue e a tudo o mais, para termos saudades da gritaria lá de casa, da azáfama da manhã e das noites inteiras de ronha, a 5.

O barulho ensurdecedor de uma noite de hospital acaba com os queixumes do dia-a-dia, fazendo-nos sentir quase ridículos por acharmos, de vez em quando, que não temos uma vida perfeita. Naquela noite que passei em branco, a olhar para o meu querido filho, indefeso, tão frágil, senti-me a pessoa mais impotente deste mundo. Como se nenhum beijinho ou xi-coração meu pudesse ser capaz de lhe retirar toda a dor e mal-estar. Graças a Deus que não passou de um susto, e logo, logo, pude retirar aquela “camisola desconfortável” que vesti no momento em que me disseram que o meu filho tinha que ficar internado. Foi como se aquela “camisola” me apertasse o pescoço, e me retirasse a respiração. E o meu coração, bem apertadinho, lá sobreviveu, devagarinho, a umas horas de aflição. 

De repente, nunca quis tanto voltar a dormir a 3, a 4 ou a 5, bem agarradinhos, quase a cair da cama, whatever, o que interessa é estarmos sempre juntos, debaixo do mesmo tecto, com amor, com saúde, com muito mimo. Para quê dizermos ao nossos filhos que não nos podem assaltar a cama a meio da noite, quando sabemos que, mesmo apertados, temos a melhor coisa do mundo a nós colados? Uma mão pequenina, um suspiro delicioso, há alguma coisa que nos deixe mais orgulhosos?

E naquela cadeira do hospital, sonhei com as noites quentes de verão, com o nosso sofá, ao som de boa música, de uma manta e de um chá. Sonhei com as gargalhadas dos meus filhos, com o corre-corre dos dias bons. Sonhei com a luz mágica das manhãs, que enche a nossa casa e nos torna seus fãs. Sonhei com os jantares barulhentos, as noites passadas ao relento, e os até com os fins-de-tarde caóticos, quando parece que tudo corre mal. Mas lá está, não podemos cair na infelicidade do banal, quando tudo corre tão bem, que nem nos apercebemos do amor, da sorte e da magia que vivemos. E é aqui, repito, que agradecemos!

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