Há uns tempos li um artigo escrito por um Pai comum acerca da sua família. Era um artigo simples, igual a tantos outros. Ainda assim, tocou-me. Tocou-me profundamente. E sabem porquê? Porque aquele Pai disse (não sei se foi sem querer) uma verdade absoluta. Toda a gente a sabe, mas nem toda a gente a vê. Pois muito bem: Pai e Mãe. Não há diferença entre eles. Cada um tem o seu papel, é certo. Mas ambos são essenciais para o crescimento de seus filhos. Um brinca mais. Outro está mais atento. Um cozinha. Outro dá banhos. Um lava os dentes e pôe a fazer xixi. O outro lê uma história de encantar, e muitas vezes adormece por ali. Agora, aquela velha história de o Pai “ajudar mais ou ajudar menos”, é tudo o que não entendo. Ajudar? Mas ajudar quem? Ajudar o quê? “Ah e tal, o teu marido não te ajuda em casa?” Mas a casa é só minha?? Não. A família foi sonhada e construída pelos dois. Mãe e Pai são os alicerces de um lar. É com base neles que se erguem as paredes. É graças a eles que se constroem os telhados. Nenhum é mais forte do que o outro. Ambos são indispensáveis, imprescindíveis, insubstituíveis. Não há cá Pais que são melhores porque “ajudam mais”. É uma acção de amor conjunta. Mãe é Mãe.Pai é Pai.
Não imagino, nem nunca imaginei a minha vida sem os Pais que nela cabem.
O meu Pai. Sempre presente (mesmo quando estava ausente). Levava-nos ao colégio, lia-nos histórias de encantar. Almoçava connosco, quase todos os dias. E quando não conseguia, à noite trazia truques de magia. Não sei o que seria de nós sem o nosso Pai. A nossa âncora. O nosso farol. O nosso leme. O nosso sol. Guia-nos o coração nas noites desamparadas. Aquece-nos a alma nas manhãs geladas. E quando parece que não nos segue, aí está ele, com todo aquele amor que só um Pai consegue.
O Pai dos meus filhos. Meu companheiro de vida. Desta longa (e curta) caminhada. Lançamo-nos de mãos dadas nesta árdua, mas tão gratificante tarefa do multiplica. Educamos os nossos filhos, lado a lado. Cada um tem o seu papel demarcado. Não há hierarquia. Nem sequer demagogia. Há isso, sim, uma valente democracia (a dois). Não há “ajuda”. Há “entre-ajuda”. Não há ordens. Nem sequer pedidos. Assim é que é. O Pai não faz o favor à Mãe de ir deitar os miúdos. O Pai vai dar-lhes um beijo de boa noite, porque faz parte do seu papel de anjo da guarda. De protector. Porque ser Pai é dar amor. E este Pai, que esta semana fez 36 anos de uma vida cheia, é o melhor que eu podia ter pedido para os meus filhos. Nunca, nem nos meus sonhos, imaginei que pudesse ter ao meu lado alguém tão completo, em todos os sentidos. Brinca, mas também sabe ralhar. Aprende, mas sem nunca deixar de ensinar. É adepto de pôr os miúdos a arejar. De andar sempre com eles às costas, a passear. Tem o dom de conseguir levar os 3 para todo o lado. Seja à padaria, à farmácia, ou ao supermercado. É um Pai moderno, sem medo. Faz parecer que tudo é tão fácil. Que nada tem segredo. Mas não. O segredo é descomplicar. Lá está, dar muito amor. E às vezes não pensar…Sim! Porque uma Mãe às vezes pensa demais. Porque se um miúdo não levar casaco, não vai logo apanhar uma pneumonia! Porque se outro se deitar meia hora mais tarde, não lhe vai estragar o dia! Este Pai é, talvez sim, muito mais descomplicado, mas sem perder o norte. Sem nunca ficar desorientado. Não imagino a vida dos meus filhos sem este Super-Pai. E por isso mesmo, quisemos que tivesse um dia muito especial. Um não. Dois. Porque se um era dia do Pai. O outro era o dia deste Pai.
Se há coisa que gostamos todos cá em casa, é de conhecer sítios novos, experimentar dias diferentes. “Collect moments, not things!” Não temos o hábito de dar presentes no dia do Pai. Os presentes são feitos pelos filhos [E valem mais do que ouro]. Como Mãe, gosto de puxar pela cabeça para surpreender os Pais da minha vida. Ao almoço, juntamos toda a família para comemorar este dia único. E este ano, foi ainda melhor. Arriscamos naquele que – dizem os entendidos – é um dos melhores brunches da cidade. Errado. Digo agora eu. Não é um dos melhores, mas sim O MELHOR. Do mundo! Tal como o nosso Pai. Trocou-me as voltas mal entrei. Num milésimo de segundo! É que não falta mesmo nada. Doces, salgados. Saudáveis ou pecados. Quentes, frios. Sonhos e delírios. Whatever! É para experimentar um bocadinho de tudo. Save the idea: Brunch que é brunch, só no Crowne Plaza!
Mas o dia não acabou por aqui. Foi isso mesmo que prometi: um dia diferente. E no campo, como tanto gosta esta minha gente. Desta feita escolhi a Quinta de Freixieiro, e ainda bem! Fomos tratados como verdadeiros príncipes e princesas. Apanha de pinhas, passeios pelo meio das vinhas, aulas de yoga, pequenos-almoços sumptuosos, brunches deliciosos. Não falta nada para uma estadia absolutamente memorável. O ideal será mesmo conhecerem mais um dos segredos bem guardados de Portugal. É, sem dúvida, um spot muito especial. Ar puro, cores quentes, amor ao rubro em vários tons e ambientes. Por aqui podíamos ficar dias e dias a saborear o melhor que a terra nos pode dar…
Os anos do Pai Sebastião foram passados entre este modo zen e o regresso a casa. Mas não ficaram por aqui! Um delicioso jantar para a família veio terminar o dia em beleza (só para quem vive com destreza!). O Pai é um cozinheiro como poucos, mas desta vez ainda conseguiu ser surpreendido pela originalidade e bom-gosto da Rosmaninho, com um bolo de anos de chocolate Milka com recheio de cheesecake e uma pavlova de lemon curd de chorar por mais!! Aqui fica a dica para quem não tem tempo, jeito ou paciência para festas: falem com a Joana e delirem com o resultado!
E agora, resta-me agradecer aos grandiosos Pais da minha vida. Porque sem eles, andaria para sempre meio perdida.